ANTIPROIBICIONISMO. Uma luta também feminista.

*Texto do coletivo Rompendo Amarras

Segundo o Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN, o tráfico de drogas é a atividade através da qual o Estado mais encarcera mulheres no Brasil. Isso deixa claro que, além de jovens negros e pobres, a proibição também tem sido especialmente perversa com as mulheres.

Em sua maioria presas tentando entrar com drogas para seus companheiros em presídios, nos últimos anos o número de mulheres encarceradas sob as severas penas do tráfico de drogas tem aumentado vertiginosamente. Completamente vulneráveis e incorporadas à uma lógica machista de sociedade que às submetem aos mandos e desmandos de seus companheiros, a proibição tem encarcerado um elevado número de mulheres totalmente vulneráveis que não apresentam qualquer tipo de perigo ou ameaça à sociedade.

A divisão sexual do trabalho, que estimula as relações desiguais de poder entre homens e mulheres e serve à manutenção do modelo de desenvolvimento capitalista, também está presente na ponta da cadeia de produção e distribuição de drogas, onde a mulher exerce funções hierarquicamente inferiores às do homem.

Quando não mata ou encarcera, o Estado apresenta-se de outras formas cruéis em relação às usuárias de drogas. No tocante às mulheres em situação de rua, além da sugestão de internação compulsória para tratamento da dependência química, há a sugestão de alguns setores políticos de esterilização dessas mulheres sob a alegação de que são incapazes de criar filhos, fazendo um debate higienista e que, mais uma vez, desrespeita a autonomia da mulher sobre seu próprio corpo.

Vale lembrar, também, que algumas facetas da cultura que envolvem o uso da canábis também reproduzem uma lógica de consumo que reduz o corpo feminino a objetos comparáveis com a própria droga em si ou outras mercadorias ligadas ao uso da planta. É importante termos clareza que não existe grande diferença entre mulheres que posam ao lado da maconha para promover um produto e mulheres de comerciais de cerveja que posam ao lado de uma droga lícita apenas para embelezar a comunicação e alavancar os lucros da empresa que deseja promover seu produto a qualquer custo; em ambos os casos as mulheres são objetificadas no processo.

Compreendendo nossa construção social proibicionista que criminaliza usuários e ativistas antiproibicionistas, no que tange às mulheres esse processo de criminalização é redobrado pelo machismo também construído socialmente. Por isso, é central que as frentes de resistência antiproibicionista estejam carregadas também de mulheres lutadoras e feministas que consigam dar mais clareza ao recorte das mulheres na luta pela desconstrução da proibição. Para isso precisamos combater qualquer prática sexista em marchas, debates e coletivos organizados em torno da bandeira da legalização das drogas.

Nesse 08 de março, dia internacional da mulher, a luta pela legalização das drogas não pode deixar de compôr nossa pauta. Antiproibicionismo e feminismo devem seguir juntos na luta pelo livre decidir sobre o próprio corpo, rompendo amarras de uma sociedade capitalista que se aproveita da proibição e do machismo para reprimir e aprofundar desigualdades ao criminalizar a pobreza, a juventude e também as mulheres.

Rompendo Amarras | GTP Antiproibicionista (e feminista!)

http://rompendoamarras.org

I Marcha da Maconha de Rio das Ostras reúne mil manifestantes contra o preconceito, a corrupção e a criminalização da pobreza

Por Bruno Mattos*

A I Marcha da Maconha na cidade de Rio das Ostras ocorreu no último dia 25 de junho de 2011, em meio ao Festival de Jazz e Blues, em Rio das Ostras. Aproveitando o momento do festival que atrai para a cidade milhares de turistas de todo o país, os ativistas antiproibicionistas realizaram um ato descontraído e pacífico com o objetivo de pautar o debate da legalização da maconha no Brasil.

Sendo organizada desde meados de 2010, a Marcha da Maconha é uma construção horizontal que reúne jovens, estudantes e trabalhadores de Rio das Ostras e arredores que enxergam que a proibição e a política de guerra às drogas, estabelecida para o mundo a partir da Casa Branca, no Governo Nixon e seguida pelos países pertencentes à ONU, não resultou em nenhum benefício para a sociedade. Ao contrário, após mais de 30 anos da guerra às drogas, o consumo, o tráfico, a violência e os riscos à saúde dos usuários de drogas só aumentaram. Continue lendo

Polícia desiste da Marcha da Maconha de Rio das Ostras!

Por Marco Hollanda
http://hempadao.blogspot.com/2011/06/ed122-weednews-policia-desiste-da.html

marcha_ro_2A primeira Marcha da Maconha após a decisão do Supremo Tribunal Federal lançou uma nova cidade no circuito canábico brasileiro. Os ativistas de Rio das Ostras, paraíso praiano do Rio de Janeiro, aproveitaram a realização do Festival Internacional de Blues e Jazz para colocar o expresso da legalização na orla da cidade!

Na noite da última quarta-feira um ônibus nomeado de “cannabus” saiu do Rio de Janeiro em direção a Rio das Ostras transportando cerca de 20 ativistas que organizaram o acampamento Sativa Lover, em solidariedade ao cultivador de Brasília que permanece preso acusado de tráfico de drogas.

 Mais impressionante que a recepção positiva do público – que não escondia a felicidade ao saber da realização da Marcha durante o festival – foi o fato da polícia esquecer ou desprezar o fato de uma passeata em defesa da legalização estar passando pela cidade. Ao som do Planta na Mente, a caminhada contou com cerca de 500 pessoas e seguiu pela orla sem a

presença de um único policial fardado, contado apenas com o apoio de três guardas municipais que raramente saiam da viatura.

Em breve publicaremos os vídeos desta cobertura, além dos relatos literários sobre as viagens ao som de solos alucinantes de guitarra, caminhadas pela madrugada e seqüelas típicas de um autêntico acampamento canábico.

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Marcha da Maconha de Rio das Ostras foi um sucesso!

Foto de Jornal do Brasil On line

No sábado, dia 25 de junho de 2011, Rio das Ostras teve a sua primeira Marcha da Maconha. Duplamente emblemático: a primeira Marcha de Rio das Ostras e a primeira Marcha da Maconha garantida pelo Supremo Tribunal Federal. Nenhuma repressão da polícia, como muitas vezes bradaram que aconteceria. Nenhuma confusão. Reunimos 1000 manifestantes que pacificamente bradavam um coro dedicado: legaliza a Cannabis, Brasil!

O coletivo Marcha da Maconha de Rio das Ostras agradece a cada pessoa que ali esteve, segurando faixas de protesto, cantando cada uma das músicas, convocando a população para agregar nessa luta e convidando para o debate. Agradecemos ao Bloco Planta na Mente, à Rádio Legalize e aos inúmeros militantes antiproibicionistas que apoiaram e construíram juntos a manifestação.

Mas ainda temos muito caminho pela frente: até a Marcha do próximo ano precisamos montar um calendário de debate e luta na cidade, trabalhar em prol de diálogos conscientizadores,  produzir material informativo, ocupar espaços de construção coletiva. Fica aqui um convite a todos que quiserem se agregar ao coletivo.

Tchuuú!

Está chegando!

A Marcha da Maconha de Rio das Ostras vai acontecer no dia 25 de junho de 2011, às 16:20h. A concentração vai ser na Lagoa do Iriri e assim que acabar o show do festival que estará rolando a gente marcha no sentido da Praça da Baleia.

Tragam cartazes, faixas, instrumentos, fantasias… A melhor intervenção da Marcha da Maconha Rio das Ostras será premiada!!

Não use nem porte substâncias ilícitas durante a manifestação: queremos fazer uma manifestação dentro da lei e sem enfrentamentos policiais.

Menores de 18 anos deverão estar acompanhados dos pais ou responsáveis.

O Brasil inteiro está em luta como nunca se viu antes!

Brasil em luta: Bombeiros do Rio em greve, presos políticos; Professores da rede estadual RJ em greve após Assembleia com mais de 3 mil profissionais; Três Universidades Federais em Greve de técnicos; Reitoria da Universidade Federal do Sergipe ocupada por estudantes;

Estudantes, indígenas e trabalhadores sem terra e sem teto do Espírito Santo em luta contra a corrupção e a opressão do Governo Estadual e a Ditadura da Aracruz Celulose e da CSU; professores em Fortaleza agredidos pela Guarda Municipal; povo de Natal contra a corrupta prefeita está na rua; Marcha da Liberdade em todas as capitais e em diversas cidades do interior;

Sem terra e pequenos agricultores do Norte e Nordeste fazem ato na Congresso Nacional após escalada de violência e assassinatos no Campo, cometidos por latifundiários ruralistas; movimentos sociais em Marcha contra Belo Monte; Marcha da Maconha em mais de 20 cidades brasileiras; Atos contra o aumento dos ônibus em diversos estados; Marcha da Ética; Marcha das Vadias; Movimento LGBT em luta contra o fundamentalismo e o conservadorismo homofóbico; Obras do PAC paradas após revoltas de operários em todo o Brasil! Movimento Estudantil do PURO/UFF pára Rio das Ostras em protesto contra a precarização da educação superior pública e a falta de compromisso do Poder Público. Protesto contra Obama e o imperialismo no Rio e em diversos países da América Latina;

Ministro corrupto Palocci cai após pressão de partidos políticos e imprensa; Moradores e trabalhadores de Santa Cruz/RJ contra a TKCSA; população de Teresópolis cerca Câmara de Vereadores contra a corrupção dos políticos locais; Ufa! Isso tudo em menos de 2 meses;

Além disso, no Oriente Médio três ditadores já cairam (Egito, Iemen e Tunísia). Diversos países em luta. Guerra civil na Líbia. Protestos na Grécia, Portugal e Espanha.

A luta de classes está mais viva do que nunca. É preciso admitir isso. Trata-se da realidade concreta. Basta de opressão, basta de o lucro estar na frente da vida e da dignidade das pessoas, basta de exploração!

Reunião para organizar o Ato pela Liberdade em Rio das Ostras

Reunião nessa terça, 07/6, 17h, no PURO/UFF para organizar o Ato pela Liberdade em Rio das Ostras, a acontecer terça, dia 18 de junho, à tarde na Praça José Pereira Câmara. A Marcha da Liberdade é um movimento espontâneo que ocorrerá simultaneamente em diversas cidades brasileiras e reunirá diversos movimentos sociais que lutam contra a opressão: negros e negras, lgbt’s, estudantes, sem terra, usuários de drogas, macumbeiros e adeptos de outras religiões que sintam oprimidos, mulheres, entre outros. Vamos combater o crescente fascismo em nossa sociedade, sobretudo nos Governos corruptos que nos tratoram diariamente.